Invicto

Um cadáver carrega o meu rosto
asfixiado pela intenção de analisar
sem medir esforços 
as entradas e saídas, as pedras e poréns
na boca da vida.

Tragédia anunciada
um corpo insosso 
que diz palavras neutras 
um desejo torto 
de não sentir mais nada.

Prefere antecipar tragédias
a padecer qualquer coisa
entre dor de dente
enxaqueca com aura 
ou coração partido.


No copa do mundo das desistências,
lá vai meu cadáver
covarde, invicto.

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